Crimes de guerra tomaram conta da Síria em 26 meses de conflito; 80 mil pessoas já morreram, metade delas civis
Desde o início da guerra civil na Síria, tanto as forças do governo quanto grupos rebeldes foram responsáveis por uma onda de violência que assola os rincões do país, há mais de dois anos, e faz da população civil a maior vítima do conflito. Os confrontos entre o Exército e os opositores já deixaram milhares de sírios mortos, feridos e desabrigados.
Decapitações, estupros, tortura e execuções sem julgamento ocorrem todos os dias. Nas imagens a seguir, conheça as atrocidades cometidas na Síria
As tropas do governo retomaram em 5 de junho a cidade de Qusair, até então um reduto rebelde, após uma ofensiva de três semanas. Apesar de ser uma importante vitória para o governo, imagens mostram que a cidade está abandonada e que grande parte dos edifícios estão destruidos devido às ofensivas do Exército.
A ONU pediu acesso imediato à região para levar ajuda à população civil
Qusair era geograficamente importante para os grupos opositores, por estar localizada próxima da fronteira com o Líbano e da cidade de Homs, ainda sob domínio rebelde.
Imagens divulgadas pela agência oficial do país, Sana, mostram os corpos de vários rebeldes mortos em confronto por tropas do Exército
Também em junho deste ano, uma comissão da ONU constatou o uso de armas químicas na Síria. Apesar da afirmação, a equipe das Nações Unidas não confirmou quem teria utilizado o armamento, mas levantou a hipótese de que os dois lados do conflito tenham acesso a ele. O uso de armas químicas é condenado internacionalmente.
Acima, rebeldes sírios lançam um morteiro em direção às tropas do governo
Abu Tarek, de 74 anos, ex-soldado sírio e atual membro da brigada rebelde Al-Ezz bin Abdul Salam, inventou um tipo de máscara caseira, fabricada usando um pedaço de uma garrafa de refrigerante e outros produtos simples, que pode ser usada pela população para se proteger de ataques com gás
Segundo especialistas, as perdas de bens da população, como os prédios danificados da cidade de Aleppo na imagem acima, são inevitáveis em uma guerra urbana
Atualmente, um terço da população síria, 6,8 milhões de pessoas, necessitam de ajuda para sobreviver, sendo que 1,6 milhão residem como refugiados nas nações vizinhas e 4,2 milhões sobrevivem como deslocados internos no interior do país, segundo dados da ONU
Especialistas em conflitos internacionais também dizem ser inevitáveis as mortes de inocentes durante um confronto que acontece em zonas povoadas, como as cidades sírias.
Na imagem acima, um homem aguarda por atendimento médico, após sua casa ter sido atingida por dois morteiros, em 26 de maio deste ano, na cidade de Beirute
Nas ruas do país, as crianças brincam em meio aos escombros de prédios destruídos. Segundo o mais recente relatório de uma comissão investigadora da ONU, "os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade tornaram-se parte da rotina" da população síria, inclusive das crianças
Tropas leais ao presidente Bashar al Assad exibem os corpos de rebeldes mortos durante ataque à cidade de Aleppo, no úlitmo dia 2. A falta de identificação dos corpos, para que suas famílias sejam avisadas dos óbitos, também é uma violação à Convenção de Genebra que se torna uma prática comum durante conflitos armados
Um dos casos mais chocantes deste ano no conflito da Síria foi registrado em vídeo e divulgado no dia 12 de maio. As imagens mostram um rebelde sírio arrancando o que aparenta ser o pulmão de um soldado e fingindo morder o órgão. O vídeo gerou indignação em todo o mundo e voltou a destacar as denúncias de crimes de guerra no país
Também em maio deste ano, um massacre religioso, praticado por tropas leais ao governo, deixou pelo menos 145 pessoas mortas no oeste do país, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Entre as vítimas, havia 34 crianças de menos de 16 anos, incluindo bebês, e 40 mulheres.
Na imagem acima, retirada de um vídeo, o céu do país é iluminado após as explosões
No dia 9 de março, dois morteiros atingiram uma área muito próxima a um hospital francês em Damasco, matando duas pessoas e ferindo outras dez.
De acordo com a Convenção de Genebra, os centros médicos não podem ser alvo direto de ataques e devem ser presevados o máximo possível
Em julho do ano passado, 160 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante um ataque do Exército, com tropas em terra, tanques e bombardeios aéreos, contra os rebeldes da cidade mais populosa da Síria, Aleppo, no norte do país
Pelo menos 36 jornalistas foram vítimas de ataques deliberados, para impedir a cobertura da guerra civil na Síria, de acordo com a Anistia Internacional (AI). Esses profissionais foram assassinados, detidos arbitrariamente, sujeitos a desaparecimentos forçados e torturados
Mais de 80 mil pessoas, metade delas civis, morreram na Síria desde o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al Assad, em 2011, segundo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). A revolta também deixou 4,2 milhões de deslocados e 1,4 milhão de refugiados
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