segunda-feira, 3 de junho de 2013

No Afeganistão, viciados em drogas são acorrentados para tentar se livrar da doença

Segundo a tradição local, eles são levados a santuários onde ficam presos e mal se alimentam

Acorrentado firmemente à parede pelos braços e pernas, e com apenas um pedaço de pão para matar a fome, é fácil pensar que este homem está encarcerado por algum crime hediondo que cometeu. 

Mas ele, assim como todos os outros homens que aparecem nas fotos a seguir, não é um criminoso. Ele é um viciado em recuperação. 

No Afeganistão, o tratamento contra as drogas é assim

Estes homens, presos e esquálidos, estão nestas condições ou como uma tentativa de curar sua doença - o vício nas drogas – ou porque se acredita que eles estejam possuídos por espíritos do mal. 

Na cultura local, homens que passam 40 dias encarcerados no santuário de Mia Ali Baba, em Jalalabd, mantendo uma dieta rigorosa de pão e água, têm mais chances de se livrar dos “demônios”

Sem acesso nem às condições mais básicas de saúde por causa da pobreza, muitas famílias afegãs estão recorrendo a este tipo de tratamento para tentar salvar seus entes queridos. 

É fácil de entender que um número enorme de pessoas recorra a isso, considerando-se que, de acordo com estimativas do governo, 60% dos cidadãos sofrem de problemas psicológicos


Entre os “prisioneiros” no santuário atualmente estão Mohammed Ali, de 36 anos, e Nabiullah Safi, de 23, ambos viciados em drogas que estão lá buscando a cura
Mohammed Sadeq, de 40 anos, diz que não faz ideia do que há de errado com ele, apenas que tem mudanças de humor “muito selvagens”. Segundo ele, as crianças de seu bairro o chamavam de “louco” e jogavam pedras nele


O santuário do Afeganistão aceita doentes mentais já há 300 anos, mas obviamente são é visto pelos profissionais de saúde, que dizem que é um local ineficaz. 

Em sua defesa, os responsáveis dizem que estão apenas mantendo a tradição criada por Ali Baba, a figura histórica que batiza o santuário

De acordo com o que se conta, Ali Baba teria cuidado de doentes mentais enquanto eles eram evitados por todos.

Um dos cuidadores diz já ter visto centenas de homens saírem de lá curados. 

Segundo Mia Subadar, ele faz este trabalho como uma obrigação de família. “Mas é também uma honra”, justifica ele




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